8ª - -Maria Eduarda narrando-
Quando entrei no carro dele que ele entrou também, fui tomada por uma vergonha sem tamanho. Ficamos em silêncio por uns instantes quando decidi puxar conversa.
-É.. por que você decidiu sentar do meu lado na pracinha ontem?
-Bom eu percebi que você estava muito mal então decidi lhe fazer companhia. Nessas horas as pessoas precisam de um ombro pra chorar. – respondeu ele
-Mas você nem me conhecia... quer dizer, você nem me conhece..
-Estamos nos conhecendo hoje, se não tivesse feito o que fiz ontem não teria conhecido você.
-É verdade - concordei
-Mais e então, porque você estava tão triste ontem ?
-Bom...!
-Se eu tiver me intrometendo, não precisa falar. – disse ele receoso
-Não, tudo bem...! É que meus pais estavam brigando em casa e começaram a me culpar e culpar a minha irmã... mas ela não liga, ela simplesmente saiu de casa e eu fiquei lá até não conseguir mais.. aí saí de casa chorando – contei a ele
-Ah sim, problemas de família. Problemas familiares são as piores coisas que podem acontecer, mais já se resolveram ?
-Nem sei, não fui pra casa
-Pra onde você foi depois ?
-Eu fui pra a minha casa, não para a dos meus pais
- E a sua irmã ?
-Não sei, também não falei com ela, mas ela deve ter ido pra casa do namorado dela, o Thiago.
-Ah, entendo.
-Mas chega de falar de mim, vamos falar de você.
-De mim? Bom, já estamos chegando que tal falarmos sobre mim lá ?
-Por mim tudo bem.
Ficamos alguns minutos em silêncio e ele foi quebrado quando o Diogo anunciou que tínhamos chegado.
Ele me ajudou a descer do carro, abrindo a porta pra mim e me dando a mão. Entramos no restaurante e descobri que ele tinha feito reservas para nós dois em uma pizzaria.
Nos sentamos e ele me deu um cardápio, então eu disse a ele que o deixaria escolher. Ele sorriu e disse:
-Metade calabresa e metade frango com catupiri?
-Pode ser. – eu disse – Vou ao banheiro, vai fazendo o pedido.
Quando voltei, ele disse:
-O garçom disse que vai demorar uns 10 minutos. Então, o que você queria falar sobre mim ?
-Tudo, pode começar - respondi
-Bom eu moro sozinho em um apartamento que fica a duas esquinas do seu, eu trabalho em uma empresa de tecnologia, faço faculdade e minha família mora na região dos lagos. - pausa - Eu sei que parece estranho mais qual a sua idade ?
-Tenho 18 e vc? - respondi
-Tenho 21. É que você me parecia ser mais nova.
-E isso é bom?
-Sim, eu acho que sim. – ele respondeu
-Por que? Todo mundo me achar criança não é bom.
-Não que isso. Eu não acho você uma criança, é apenas por você ser nova que ainda tem muito que aproveitar da vida e não ficar chorando em uma praça para ser consolada por um maluco que nem conhece. - disse ele rindo do que ele mesmo disse no final
Sorri em resposta
-Sabe, - continuou ele - tem coisas que nós não devemos dar tanta importância, devemos apenas ignorar, quando nossos pais jogam a culpa em nós, é apenas uma desculpa para não assumir os erros.
-Eu sei -respondi- mas mesmo assim é muito difícil você ouvir isso.
-Com licença - disse o garçom pondo a pizza na mesa
-Então, vamos comer? – disse ele
-Vamos – respondi sorrindo.
Nessa hora, nos servimos e eu fiquei olhando para ele com cara de boba. Como podia um menino que eu nem conhecia ter me feito companhia numa hora em que eu tava tão mal? Ele parece ser o menino ideal pra todas as meninas. Ah, como eu queria uma pessoa assim comigo. Mas ele deve ter namorada... se bem que, se ele tivesse, ele não estaria aqui comigo. Ou estaria? Nossa, isso esta me deixando cada vez mais confusa.
Foi quando meus pensamentos foram interrompidos pelo celular dele tocando. E ele atendeu.
Ele atendeu chamando a pessoa do outro lado de “amor”, deve ser realmente a namorada dele. Do outro lado da linha a pessoa deve ter perguntado onde ele estava, pois ele disse que estávamos na Parmê, disse que estava com uma amiga e de repente sua fisionomia mudou totalmente, respondendo somente um “não” bem seco para a pessoa e logo desligou o telefone.
Ele me olhou com uma cara de meio que me pedindo desculpas e disse:
-Me desculpa, era a minha namorada e ela queria saber onde eu estava. Ela é um pouco inconveniente, e disse que esta vindo pra cá. – deu pra ver que ele estava super sem graça
-Sua namorada? Ah, tudo bem - respondi meio sem conseguir acreditar que estava jantando com um cara que tinha namorada
-Daqui a pouco ela chega. – disse ele
domingo, 7 de fevereiro de 2010
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